Resumen
A explosão dos casos de depressão é um fenômeno mundial e complexo. Sua compreensão requer a mobilização de diversas áreas do saber (Corbanezi, 2021). O objetivo deste artigo será menos o de apresentar extensivamente as diferentes denominações, vertentes, definições e compreensões referentes à depressão como entidade clínica, e mais o de registrar que estas existem, com o intuito ainda de revelar, ou reiterar, brevemente, a vasta complexidade desta área a partir do olhar de alguns corpos teóricos, em contraste com a, a nosso ver, simplificada e condensada descrição encontrada nos atuais manuais diagnósticos, em especial, no Manual de Diagnóstico e Estatístico de Transtornos Mentais-DSM vigente. Apontamos para o atual número de casos diagnosticados como depressão, considerado da ordem epidêmica no qual, no entanto, toda uma gama de afetos estão indistintamente aglomerados, na atual versão diagnóstica prevalente. Distintas gamas de tristeza, de processos de luto e de outros estados afetivos e físicos clinicamente semelhantes aos creditados como da depressão, vêm constantemente aumentando os números que, de acordo com a Organização Mundial da Saúde, devem atingir o primeiro lugar na causa de afastamento de trabalho até 2030. Uma projeção, ou um estado de coisas ainda mal compreendido e, portanto, tal qual uma epidemia, desgovernado?